30 junho, 2015

A Morte

Crescer é  tão difícil ,  não só pelas responsabilidades,  mas por passar a compreender as questões da vida. E passar a entender e sentir as questões da morte.
A medida que vamos crescendo,  nosso pais vão nos deixando encarar os obstáculos,  encarar problemas e e estar ciente de toda realidade, vivenciar ,ver e encarar a morte de entes queridos.  Talvez nosso primeiro contato com a morte seja do cachorrinho ou gatinho amado.  Depois vem amigos,  parentes... E a lista passa a crescer conforme vamos crescendo.
Dar adeus se torna doloroso,  se torna misterioso, tenebroso,  real.
Eu cresci,  vi pessoas queridas,  amadas,  admiradas partirem pra um lugar inexplicável,  pra um sentimento de perda e vazio indescritível.  Vi  meu irmão Maurício partir tragicamente,  minha tia falecer de repente,  depois minha avó tão amada,  vi o amigo Zé,  depois um dos meus melhores amigo Maurício,  vi a querida Sulamita, e o talentoso Cristiano.
A morte nos dá um seco na garganta,  um aperto no peito,  um vazio na alma.  Um medo de bater de frente e ver algo tão certo acontecer tão de perto.  Um terror de saber que o próximo pode ser a gente. Duvidas,  questionamentos... E agora?  Acabou?  Pra onde vamos?  É  só isso?  Tudo foi em vão?  Não levamos nem as lembranças?  Onde estão vcs? 
E doloroso pensar,  eh doloroso sentir,  é dilacerante assistir o adeus de alguém.  
A morte de certa forma nos trás empatia com quem se vai. Empatia com nossa condição frágil e limitada  de vida. Um amigo uma vez me falou no funeral de um conhecido: pra eu sentir a partida de alguém,  basta ela ter cruzado meu caminho e me dado um bom dia.
Essa empatia fúnebre,  onde sabemos da nossa Natureza limitada,  onde sabemos do nosso destino,  do futuro certo,  nos aproxima,  nos emociona,  nos comove, nos assusta, nos aterroriza.
Esse mês duas pessoas que conheci se foram de forma trágica.  Uma guerreira,  Sulamita,  se foi por um câncer silencioso.  Cristiano Araújo no auge da sua carreira,  do seu sucesso,  motivo de orgulho de muitos,  partiu em um acidente trágico de carro,  com sua namorada Allana.
Me chocou,  demais,  aponto de beirar um ataque de pânico.  Pq além de conhece-los,  eu penso: podia ser eu! Podia ser minha filha ou marido!  Minha vida eh limitada,  eu posso morrer amanha,  hj,  agora! 
Lembrei-me de uma ocorrido de quando Elisa estava com três meses de idade, iamos a Goiânia  e o pneu do meu carro estourou.  Na entrada  da ponte,  perdi a direção,  mas controlei,  velocidade baixa,  consegui segurar e jogar o carro logo depois da baixada  e parar no acostamento.  Entrei em pânico,  olhei pra trás pra ver se ela tava bem,  se todos estavam bem,  e cai em prantos,  tremia,  chorava,  me descontrolava. E hj eu penso,  podia ter sido eu,  ela,  alguns de nós.  Tão rápido,  tão simples,  tão bobo e... Fim...
As vezes algum erro tao pequeno,  tira a vida inteira de uma pessoa.  A vida é tao grandiosa,  o maior tesouro de uma pessoa.  Estar vivo é uma aventura!!! 
 Hj eu choro, me emociono,  engasgo em palavras.  As pessoas se foram,  deixaram coisas inacabadas aqui,  tinham planos,  projetos,  alegrias a serem vividas.  E pronto,  acabou!
Eu só queria poder não crescer,  viver na infância,  na inocência,  longe da verdade.  Pq ouvi uma vez que a verdade vos libertará,  mas ate hj a verdade só tem me aprisionado no medo,  nas duvidas,  nos questionamentos. Queria voltar a ser criança e  ter como maior dilema, decidir entre comer um pirulito sete bello ou chocolate guarda chuva.

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